sábado, 24 de março de 2012

UNIVERSIDADE ESTADUAL DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS – DCHT CAMPUS XVI – IRECÊ-BA
TURMA: 5º SEMESTRE DE LETRAS
DISCIPLINA: SIPE V
DOCENTE: LUCILEIDE DAVID
DISCENTE: MAGALI SANTANA SANTOS FREITAS


SANTOS, Milton. O Território do Dinheiro e Fragmentação – In: Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal . – 18ª Ed. – Rio de Janeiro: Record, 2009.


Ao longo da história humana, olhando o planeta como um todo ou observado através dos continentes e países, o espaço geográfico sempre foi objetivo de uma compartimentação. (p. 80)
Hoje, com a globalização, pode-se dizer que a totalidade da superfície da Terra é compartimentada, não apenas pela ação direta do homem, mas também pela presença política. (p.81)
...Com a globalização, todo e qualquer pedaço de superfície da Terra se torna funcional às necessidades, usos e apetites de Estados e empresas nesta fase da história. (p. 81)
Até recentemente, a humanidade vivia o mundo da lentidão, no qual a prática de velocidades diferentes não separam os respectivos agentes. (p. 82)
Dentro de cada país, a compartimentação e a solidariedade presumiam a presença de certas condições, todas praticamente relacionadas com o território: uma economia territorial, regidas por regras, igualmente territorializadas, na forma de leis e de tratados, mas também de costumes. (p. 82/83)
Hoje vivemos num mundo da rapidez e da fluidez. Trata-se de uma fluidez virtual, possível pela presença dos novos sistemas técnicos, sobretudo os sistemas de informação, e de uma fluidez efetiva realizada quando essa fluidez é utilizada no exercício da ação, pelas empresas e instituições hegemônicas. (p. 83)
O fenômeno é geral... tudo está compartimentando; incluíndo toda a superfície do planeta. (p. 84)
É por meio dessa fluidez, que o mercado globalizado procura instalar a sua vocação de expansão, mediante processos que levam à busca da unificação e nãoporpriamente a busca da união. (p. 84)
Cada empresa, porém, utiliza o território em função dos seus fins próprios... funcionando, as mais das vezes, como um elementeo de perturbação e mesmo de desordem, , provocando no entorno preexistente, grandes distorções, inclusive a quebra da solidariedade social. (p. 85)
... A competitividade acaba por destroçar as antigas solidariedades, frequentemente horizontal e por impor uma solidariedade vertical, cujo epicentro é a empresa hegemônica , localimente obedientes a interesses globais mais poderosos e, desse modo, indiferente ao entorno. (p. 85)
Cada empresa hegemônica age sobre uma parcela do território. O território como um todo é objeto da ação de várias empresas, cada qual preocupada com suas próprias metas... não tem limites, mas não tem limites, mas não tem limites porque também não tem finalidade. Esse novo poder das grandes empresas, cegamente exercido, é, por natureza, desagregador, excludente, fragmentador, sequestrando autonomia ao resto dos atores. (p. 86)
O avanço da civilização atribui ao homem, por meio do aprofundamento das técnicas e de sua difusão, uma capacidade cada vez mais crescente de alterar os dados naturais quando possível, reduzir a importância do seu impacto e, também por meio da organização social, de modificar a importância dos seus resultados. (p. 88)
Se entendermos o território como um conjunto de equipamentos, de instalação, práticas e normas, que conjuntamente movem e são movidas pela sociedade, a agricultura científica, moderna e globalizada acaba por atribuir aos agricultores modernos a velha condição de servos da gleba. É atender a tais imperativos ou sair. (p. 89)
Nas áreas onde o tal fenômeno se verifica, registra-se uma tendência a um duplo desemprego: o dos agricultores e outros empregados e o dos proprietários; por isso, forma-se no mundo rural em processo de modernização uma nova massa de emigrantes, que tanto se podem dirigir às cidades quanto participar da procução de novas frentes pioneiras, dentro do próprio país ou estrangeiro, como é o caso dos brasiguaios.(p. 90)
O exame do caso brasileiro quanto à modernização agrícola a grande vulnerabilidade das regiões agrícolas modernas face à “modernização globalizadora”. (p. 92)
... Verifica-se que o campo modernizado se tornou praticamente mais aberto à expansão das formas atuais do capitalismo que as cidades. (p. 92)
O território é o chão e mais a população, isto é, uma identidade, o fato e o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O território é a base do trabalho, da rfesidência, das trocas materiais e espirituais e da vida, sobre os quais ele influi. Quando se fala em território deve-se, pois, de logo, entender que se está falando em território usado, utilizado por uma dada população. (p. 97)
O território usado pela sociedade local rege as manifestações da vida social, inclusive o dinheiro. (p. 98)
O dinheiro é, cada vez mais, um dado essencial para o uso do território. (p.99)
O dinheiro regulador e homogeneizador agrava heterogeneidades e aprofunda as dependências. É assim que ele contribui para quebrar a solidariedade nacional, criando ou aumentando as fraturas sociais e territoriais e ameaçando a unidade nacional. (p. 104)

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