UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS E TECNOLOGIAS
DCHT – CAMPUS XVI – IRECÊ
CURSO: LETRAS - 5º SEMESTRE LETRAS
DOCENTE: GUILHERMINA DA SILVA SOUZA.
DISCENTES: MAGALI SANTANA E MAURO JAKES


RESUMO CRÍTICO

    Compreende-se, que os romanos desenvolvem um processo de civilização com base na dominação de povos e regiões, por meio de várias estratégias na arte da conquista, desse modo, lhes é proporcionado a criação de um grande império através das técnicas diferenciadas e inovadoras de produção, comercialização, administração que eram apresentadas de maneira muito inteligente pelos romanos aos povos conquistados.
    Neste caso, não acontecia um sistema de dominação por imposição visível, uma vez que os romanos implantavam sua cultura de uma maneira bem estratégica, visto que respeitavam os hábitos, costumes e língua dos dominados, exercendo neste sentido uma política aberta e, por outro lado exploravam economicamente toda a região que por sua vez não usufruía da produção, pois esta era enviada ao império romano.
    Diferentemente do processo de colonização que aconteceu no Brasil, por ser um regime de total imposição cultural, religiosa, linguística, etc. além do uso exclusivo da mão de obra escrava que proporcionou naquela época o enriquecimento ilícito da elite dominante.
  Com este poderio constituído, Roma dividiu-se em classes de dominantes (Patrícios) e dominados (Plebeus, clientes e escravos), a classe dominante tinha direito a propriedade da terra, da criação de animais, da participação ativa e unificada na política, religião, justiça e na administração dos bens e serviços. Neste sentido, a população dominada não era considerada como cidadão romano não podia participar dos cargos políticos, religiosos e administrativos.
    De forma ardilosa, os romanos levavam sua cultura como também entrava em contato com a cultura dos dominados no primeiro momento de conquista dos territórios. Todavia, “ensinavam” e aprendiam por meio da convivência; foi o que aconteceu na região do Lácio (Itália), onde havia uma infinidade de povos de diferentes regiões com línguas diferentes, nesse contexto, os romanos estrategicamente iniciam o processo de formulação e planejamento de unificação dessa língua, nasce aí a língua latina (em homenagem à região do Lácio), desse modo, começou a difundi-la às regiões conquistadas, que por sua vez iam adequando uma à outra. A língua latina torna-se elemento primordial no processo da conquista, colonização e expansão do império romano.
    O latim passa a ser disseminado devido o processo de romanização que duraram vários séculos sofrendo diversas modificações em momentos diferentes. A expansão do latim se deu de forma diferente em cada época. A cada conquista de novos territórios ele chegava desigual. No entanto, não foi o período da conquista que determinou a diversificação do latim, mas sim a intensidade deste processo de romanização. Entretanto, tempos depois o latim vai se aperfeiçoando até atingir um elevado grau de pureza, com a influência helenística em que gramáticos que vão determinando a pronuncia, ortografia e as regras da declinação e da conjugação, às vezes enriquecido com palavras gregas ou formando palavras de origem latinas.
    Com isso, o latim que era uma língua popular foi estrategicamente reformulada e polida, confrontando de forma impositiva sobre outros dialetos falados nos diversos lugares, processo pelo qual se deu origem às línguas românicas.
    É interessante ressaltar a importância da união e poder da política para a disseminação do latim como meio importante para conservação dos laços que naquele contexto se matinha forte a unidade linguística. Ao passo em que esses laços eram dissolvidos, essa unidade linguística também se enfraquecia e consequentemente originavam novos dialetos, é neste processo que surge as línguas românicas, como línguas independentes.

REFERÊNCIAS:
ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática Latina. São Paulo: Saraiva, 1985.
BERGE, Damião et al. Art Latina. Petropólis: Vozes, 1988.
CARDOSO, Zélia de Almeida. Iniciação ao Latim. São Paulo. Ática, 1988.
FARACO, Carlos Alberto. Linguística Histórica: uma introdução ao estudo da história das línguas. São Paulo: Ática, 1991. (Fundamentos)
SILVA, Rosa Virgínia Mattos e. O Português arcaico: Morfologia e sintaxe. São Paulo: Contexto, 1993.
TARALLO, Fernando. Tempos Linguísticos. Itinerário histórico da Língua Portuguesa. São Paulo: Ática, 1990.
TEYSSIER, Paul. História da Língua Portuguesa. Lisboa: Sá da Costa, 1982.
Willaims, Edwin. Do latim ao português. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1991.